O mercado imobiliário brasileiro, atualmente representando cerca de 10% do PIB, pode alcançar 20% nos próximos anos, prevê José Urbano Duarte, ex-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal. “O mercado imobiliário está em um nível próximo aos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) há 10 anos, mas acredito que ele possa saltar para 20% nos próximos anos”, avaliou o executivo em entrevista ao Money Times.
Segundo dados do Banco Central, a participação do crédito imobiliário na economia nacional saiu de cerca de 2% do PIB em 2000 para aproximadamente 10% em 2015, mantendo-se nesse patamar desde então.
O principal desafio para o crescimento tem sido o funding – a captação de recursos para investimento. Os pilares tradicionais de financiamento, como a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estão apresentando riscos de esgotamento.
A caderneta de poupança, por exemplo, registrou saques líquidos de R$ 11,2 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Para Urbano – agora conselheiro de uma gestora de recursos, especialista em investimentos alternativos para imobiliário – não é difícil concluir que estes valores estão indo para outros produtos de renda fixa que possam remunerar mais ou até mesmo para o mercado de capitais.
“Nesse contexto, é simples afirmar que o mercado não cresce especialmente porque as condições de financiamento impedem”, alerta o executivo. Urbano ressalta a necessidade de novas estruturas para resolver o problema de funding de forma mais profunda e estruturada, e destaca ainda os FIIs como impulsionadores do mercado de capitais, oferecendo alternativas rentáveis.
“O ponto mais importante é quais são as soluções que vão vir quando estamos em uma fase inicial e para isso o mercado precisa reconhecer que existe um problema ou uma situação a ser resolvida, um desafio”, conclui.
Como alternativa, o mercado de capitais tem ganhado espaço. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que a participação deste mercado passou de 30% para 40% desde 2022, utilizando instrumentos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs). Money Times
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