Notícias
08/10/2024

Construção Civil

A industrialização na construção civil no Brasil está se expandindo para acelerar obras e reduzir custos. Uma pesquisa da FGV/Ibre revela que 64,5% das empresas já adotam sistemas industrializados, com o prazo de conclusão sendo a principal motivação. Tecnologias como kits elétricos e estruturas pré-fabricadas de concreto têm destaque, e empresas como Sky Master e Cassol relatam grandes ganhos de eficiência e economia. No entanto, o setor enfrenta o desafio da escassez de profissionais especializados em métodos industrializados, o que limita sua produtividade, que ainda é inferior à da indústria de transformação.

Construção Civil busca industrialização para acelerar obras e reduzir custos
A industrialização na construção civil ganha força no Brasil, impulsionada pela necessidade de acelerar obras e reduzir custos. Segundo pesquisa da FGV/Ibre para a Modern Construction Show, 64,5% das 510 empresas entrevistadas utilizam sistemas industrializados, com 81,5% citando o prazo de conclusão como motivação principal.

 


Os kits elétricos e as estruturas pré-fabricadas de concreto são as mais usadas pelo setor. Outras tecnologias que aceleram o processo de construção também chamam atenção, como a instalação do kit de esgoto.
Antônio Cardoso, presidente da Sky Master, dona da marca LigaFácil, relata que, comparado ao método tradicional, a inovação faz cair de uma hora para 15 minutos a instalação de todo o sistema. A empresa prevê faturamento de R$ 7 milhões em 2024 com kits, um aumento de 20% em relação a 2023.
Especializada em estruturas pré-fabricadas de concreto, a Cassol argumenta que a velocidade é fator decisivo na escolha de um método construtivo. Felipe Cassol, CEO da construtora, cita como exemplo o Beyond The Club – clube com piscina para surfe que está em obras em São Paulo, no terreno do antigo hotel Transamérica – que usa o sistema pré-fabricado na obra de seis pavimentos e 25,6 mil m² para concluí-la em 10 meses.
Segundo o executivo, o projeto também diminui o custo de mão de obra, com uso de apenas 13 funcionários. “A construção industrializada está para a construção civil como o e-commerce estava para o varejo há 15 anos”, afirma Cassol.

 


A incorporadora Plaenge, que realizou R$ 1,2 bilhão em lançamentos de janeiro a julho deste ano, optou por otimizar o fluxo das equipes nas obras, reduzindo em 15% as horas de trabalho por metro quadrado construído. Alexandre Fabian, sócio-diretor, explica que o uso do BIM (Building Information Modeling) para prevenir erros e reduzir retrabalhos, foi uma solução complementar aos métodos industrializados, na busca por maior eficiência no setor.
Apesar do aumento no uso das tecnologias pela construção civil brasileira, Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da FGV/Ibre, alerta que o setor precisa de mais profissionais da arquitetura e engenharia especializados. “Faltam projetistas com conhecimento em métodos industrializados”.
A escassez de mão de obra especializada permanece um desafio para o setor, que ainda apresenta 70% da produtividade da indústria de transformação.


Fonte: Portal Loft - Tudo sobre Decoração, Economia e Mercado Imobiliário

Escrito por:
Imobiliária Inovação
Compartilhe: